Que eu me lembre, eu nunca me considerei anti-religioso. Eu sempre fui ateu e agnóstico, e mais tarde descobri (nessa ordem, creio) o anti-teísmo, o apateísmo e o ignosticismo.
Mas meu problema mesmo nunca foi com (o que eu considero como) religião. Meu problema é com o dogmatismo, o fanatismo, a crença cega e a dependência emocional de atitudes eticamente e epistemologicamente duvidosas ou francamente desonestas.
Por isso não me interessa nem me parece muito natural a atitude dos que tentam preservar a crença se afastando da igreja. Qual crença é essa que querem preservar? De que serve esse deus se não há vontade e coragem de informar atitudes no mundo que se sabe que existe?
Muitos deuses são até bastante interessantes... mas os abraâmicos parecem ter sido feitos especificamente para ser repudiados, desprezados, ridicularizados.
As doutrinas construídas em torno deles, aliás, não são muito melhores. Principalmente porque enfatizam essas divindades de formas que uma religião digna jamais consideraria válidas.
E o estrago é bastante concreto e significativo. Cristianismo e Islã ensinam falsidade de testemunho, desonestidade intelectual, confusão (muitas vezes intencional) de valores, atitudes e crenças. São, de fato, os maiores obstáculos da história humana para a busca do que eu pessoalmente considero como religiosidade concreta, honrada, válida.